E.E. ASSENTAMENTO SANTA CLARA: Se o campo não planta, a cidade não janta!

Por estudantes do 6º ano A, 8º ano A e professor Valdir Alves

Estudantes dos Anos Finais, da E.E. Assentamento Santa Clara, realizam atividade prática do componente curricular de eletiva – Valorização do Homem do Campo. Através de entrevista estudantes da E.E. Assentamento Santa Clara compreendem detalhes sobre os modos de vida de pequenos agricultores, além de analisarem a relação de pertencimento entre ser humano e o campo.

No dia 26 de abril de 2023, os estudantes do 6º ano A e 8º ano A, realizaram entrevista com a Sra. Edmara Djanira da Conceição, mais conhecida pelos moradores da agrovila como “Morena”. Durante a visita, os estudantes compreenderam a importância de viver no campo e, principalmente as concepções de vida do homem campesino. O educador Valdir Alves de Jesus mediou todas as etapas desenvolvidas da entrevista: planejamento (escolher o entrevistado, recolher informações, preparar o roteiro e redigir o questionário) o momento da entrevista, a transcrição e publicação da entrevista. Destaca-se que a atividade prática está integrada com o componente de eletiva - A valorização do homem do Campo.

Entrevista: Se o campo não planta, a cidade não janta!

Estudantes da Santa Clara: A quanto tempo você participa da luta pela terra no Pontal do Paranapanema?

Edmara: Estou envolvida na luta pela terra no Pontal a três anos, mas já participo da luta a mais de oito anos em outros estados.

Estudantes da Santa Clara: Qual a importância da Reforma Agrária para você?

Edmara: A reforma agrária é importante, pois modifica a vida das pessoas. É muito bom ficar longe da violência da cidade, e, assim, conseguir viver no campo ,desenvolver habilidades relacionadas a terra, produzir alimentos e também os que serão consumidos pelos moradores da cidade.

Estudantes da Santa Clara: Quanto tempo as pessoas ficam acampadas para adquirir um lote?

Edmara: Não há tempo específico. Pode ser um, quatro e até sete anos. Tudo dependerá de cada estado ou governante.

Estudantes da Santa Clara: Quais os principais problemas enfrentados pelo homem do campo?

Edmara: O homem do campo enfrenta vários problemas, tanto pela falta de recursos do governo, como pela colheita que, às vezes, acaba não tendo para quem vender. A alternativa é participar de projetos que envolvem a agricultura familiar, o PRONAF, por exemplo.

Estudantes da Santa Clara: Como você vê a atuação do jovem(filho de assentado)?

Edmara: Neste momento, eu questiono vocês: que valor vocês dão para a terra pela qual residem? Chego a conclusão que a grande maioria dos jovens não se sente estimulada para permanecer no campo. É preciso que todos se sintam pertencentes do território campesino.

Estudantes da Santa Clara: É possível ser feliz vivendo unicamente da terra?

Edmara: Sim, é possível. Do campo vem à carne, as frutas, as verduras e tudo isso através da agricultura familiar que é desempenhada pelo morador do campo. Temos nosso grito de guerra: "Se o campo não planta, a cidade não janta!"

Após a realização da entrevista, a senhora Djanira ofereceu um delicioso café da manhã e, na sequência, exemplificou como deve ser trabalho rural e econômico demostrando a piscicultura e a horta comunitária. De acordo com Djanira, a piscicultura desenvolvida nas pequenas propriedades é uma atividade complementar à agricultura familiar, que contribui com o aumento da receita financeira e também com a alimentação das famílias.

(Trabalho fotojornalístico- Professora Juliana Parron)