quarta-feira, 27 de julho de 2022

Teatro sobre trabalho infantil é encenado por adolescentes da escola Santa Clara

 

Estudantes protagonizam aprendizado através da arte de representar

Por Daniela Arfeli

 Na manhã da penúltima quinta-feira (23/06), na E.E. Assentamento Santa Clara, mais de 100 adolescentes assistiram à peça teatral “Infância extraviada”, apresentada pelos estudantes do 8º ano A, que teve como objetivo abordar o tema Trabalho Infantil. A ação integra as atividades desenvolvidas nos componentes curriculares: Projeto de Vida e História. A peça, com duração aproximada de 20 minutos, mostra de forma bem espontânea, situação de uma criança que desempenhou o trabalho infantil e destacou os danos causados.  “A partir da leitura e compreensão de excertos do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, os educandos compreenderam que mais que a arte de representar, encenar também implicou em ler, entender e produzir ações que pudessem ser vivenciadas, sob a mediação das educadoras Sonia de Medeiros Vedeiro e Maria Aparecida Ferreira Lifante”, descreve a coordenadora de gestão pedagógica da unidade, Daniela Aparecida Ferreira Arfeli.

Para a estudante Lorena Franco de Lima, interpretar o papel de juíza foi uma experiência crucial na sua vida acadêmica. “Senti-me muito importante com meu papel, eu achei uma experiência incrível e já estou pronta para próximos textos. Representar esse drama da vida real que muitas crianças passam despertou algo diferente. Lutar para que muitas famílias não deixem que as crianças tenham uma infância  extraviada. A  criança que cresce com oportunidades, terá grandes chances de colaborar para uma sociedade melhor, tendo uma família melhor. Criando os seus filhos e diminuindo a desigualdade social, miséria e violência que estamos vivendo. Quem sabe no futuro eu não viro uma juíza”, pontuou a adolescente de 13 anos.

“Tivemos um grande desafio na aula de Projeto de Vida: aprender técnicas teatrais. Primeiro, estudamos sobre o ECA. Assistimos vários vídeos e fechamos com nossa opinião sobre a situação. A professora Sonia iniciou o trabalho e a professora de História, Cidinha Linfante nos ajudou com o teatro. Montamos juntos a peça. Vivenciamos o que aprendemos. Meu sonho é ter uma sociedade com oportunidade para todas as crianças, a lei não pode ficar apenas no papel. Juntos fizemos a diferença”, destacou a estudante Kathellen Andrelina Pereira Lemos

Para a estudante, Ana Laura Silva, o texto dramatúrgico também é uma boa ferramenta para aprender. “A situação do trabalho infantil representado em forma de teatro foi uma produção coletiva. (...) Eu representei a CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA e em todos os momentos, os meus pensamentos eram um só: a criança que é orientada, é dada a ela oportunidade, cresce e se torna um adulto mais responsável.  No contexto, o adulto Pai não era uma pessoa esclarecida e foi uma criança que trabalhou sem oportunidades, mas no desfecho do teatro fizemos esclarecimentos e oportunidades de um futuro melhor. Gostaria muito que isso fosse uma realidade absoluta. É triste saber que muitas crianças ainda passam por essa situação”, acrescentou a adolescente.

Por fim, a prática contribuiu para a formação integral dos estudantes. “Foi interessante interpretar um charlatão. Eu aprendi muita coisa com esse teatro. Afirmo que, eu não culparia o senhor Analfabeto, eu culpo a triste realidade, a triste sociedade. Não estou defendendo o trabalho infantil, apenas dizendo que se um pai não aprendeu que estudar é melhor que trabalhar, vai ser isso que ele vai repassar aos filhos. Esse é um dos erros que a nossa sociedade ainda não reparou. O Dr. Dinheirinho Lucro dos Santos não estava nem um pouco interessado na causa, e sim no dinheiro que ele estava recebendo, foi duro saber que existem pessoas assim como ele. Amei essa experiência, adquiri muito conhecimento e gostaria que tivessem mais peças teatrais na nossa comunidade escolar”, justifica o estudante Luís Fernando Pereira da Silva, do 8º ano A.

De acordo com Kaue Bravo dos Santos, “O teatro que eu e meus colegas de classe fizemos  com a professora Sonia e Cidinha foi muito legal e interessante porque falou do tema sobre o Estatuto da Criança e da Adolescência – ECA. Na peça, eu interpretei o pai que colocou o filho para trabalhar na lanchonete com apenas dez anos. O pai não estudou e não valorizava a importância do filho estudar. Assim, o pai foi julgado no júri. Eu ensaiei muito, confesso que fiquei nervoso, mas tudo deu certo. A peça ensinou que os pais precisam transmitir grandes exemplos. A partir de 14 anos, o adolescente pode trabalhar como jovem aprendiz. Agradeço meus amigos e as professoras que tanto colaboraram para que conseguisse interpretar”

“Este teatro serviu como exemplo porque quando a gente crescer, já sabe que trabalho infantil é crime. É importante que todos saibam que a criança precisa ficar na escola. Vamos dizer não ao trabalho infantil! “, destacou Júlio Fernando Tomé Galdino

” Foi uma experiência incrível e ao mesmo tempo desafiadora, pois ao ser narradora, eu  me conectei com a plateia, senti o quanto a plateia entendeu e participou. O teatro foi uma forma interessante de aprender. Eu fiquei bastante nervosa quando me disseram que eu iria ser a narradora, pois eu nunca tinha participado de um teatro”, argumentou Pyettra Firmino dos Santos.

 “O tema foi trabalho infantil. Nós montamos juntos com a professora a peça. Foi muito desafiador e de grande responsabilidade, pois exigiu muito estudo e discussão sobre o ECA na sala de aula. Foi divertido criar os personagens e perceber que a plateia entendeu a nossa mensagem. Acredito que para quem assistiu, conseguimos passar a mensagem que gostaríamos: criança precisa ir para escola, assim seu futuro será mais garantido, com melhores oportunidades. Muitos pais acabam permitindo trabalho infantil, fazendo com que seus filhos comprometam o futuro. Na verdade, o futuro que todos precisamos ter, é uma geração de crianças estudiosas e felizes”, pontuou a estudante Bárbara Silva Matias;

 

































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