Estudantes protagonizam aprendizado através
da arte de representar
Por Daniela Arfeli
Para a
estudante Lorena Franco de Lima, interpretar o papel de juíza foi uma experiência
crucial na sua vida acadêmica. “Senti-me muito importante com meu papel, eu
achei uma experiência incrível e já estou pronta para próximos textos.
Representar esse drama da vida real que muitas crianças passam despertou algo
diferente. Lutar para que muitas famílias não deixem que as crianças tenham uma
infância extraviada. A criança que cresce com oportunidades, terá
grandes chances de colaborar para uma sociedade melhor, tendo uma família
melhor. Criando os seus filhos e diminuindo a desigualdade social, miséria e
violência que estamos vivendo. Quem sabe no futuro eu não viro uma juíza”,
pontuou a adolescente de 13 anos.
“Tivemos um
grande desafio na aula de Projeto de Vida: aprender técnicas teatrais.
Primeiro, estudamos sobre o ECA. Assistimos vários vídeos e fechamos com nossa
opinião sobre a situação. A professora Sonia iniciou o trabalho e a professora
de História, Cidinha Linfante nos ajudou com o teatro. Montamos juntos a peça.
Vivenciamos o que aprendemos. Meu sonho é ter uma sociedade com oportunidade
para todas as crianças, a lei não pode ficar apenas no papel. Juntos fizemos a
diferença”, destacou a estudante Kathellen Andrelina Pereira Lemos
Para a
estudante, Ana Laura Silva, o texto dramatúrgico também é uma boa ferramenta
para aprender. “A situação do trabalho infantil representado em forma de teatro
foi uma produção coletiva. (...) Eu representei a CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA e em todos
os momentos, os meus pensamentos eram um só: a criança que é orientada, é dada a ela oportunidade, cresce e se torna
um adulto mais responsável. No
contexto, o adulto Pai não era uma pessoa esclarecida e foi uma criança que
trabalhou sem oportunidades, mas no desfecho do teatro fizemos esclarecimentos
e oportunidades de um futuro melhor. Gostaria muito que isso fosse uma
realidade absoluta. É triste saber que muitas crianças ainda passam por essa
situação”, acrescentou a adolescente.
Por fim, a
prática contribuiu para a formação integral dos estudantes. “Foi interessante
interpretar um charlatão. Eu aprendi muita coisa com esse teatro. Afirmo que,
eu não culparia o senhor Analfabeto, eu culpo a triste realidade, a triste
sociedade. Não estou defendendo o
trabalho infantil, apenas dizendo que se um pai não aprendeu que estudar é
melhor que trabalhar, vai ser isso que ele vai repassar aos filhos. Esse é um
dos erros que a nossa sociedade ainda não reparou. O Dr. Dinheirinho Lucro dos
Santos não estava nem um pouco interessado na causa, e sim no dinheiro que ele
estava recebendo, foi duro saber que existem pessoas assim como ele. Amei essa
experiência, adquiri muito conhecimento e gostaria que tivessem mais peças
teatrais na nossa comunidade escolar”, justifica o estudante Luís Fernando
Pereira da Silva, do 8º ano A.
De acordo com
Kaue Bravo dos Santos, “O teatro que eu e meus colegas de classe fizemos com a professora Sonia e Cidinha foi muito
legal e interessante porque falou do tema sobre o Estatuto da Criança e da
Adolescência – ECA. Na peça, eu interpretei o pai que colocou o filho para
trabalhar na lanchonete com apenas dez anos. O pai não estudou e não valorizava
a importância do filho estudar. Assim, o pai foi julgado no júri. Eu ensaiei
muito, confesso que fiquei nervoso, mas tudo deu certo. A peça ensinou que os
pais precisam transmitir grandes exemplos. A partir de 14 anos, o adolescente
pode trabalhar como jovem aprendiz. Agradeço meus amigos e as professoras que
tanto colaboraram para que conseguisse interpretar”
“Este teatro
serviu como exemplo porque quando a gente crescer, já sabe que trabalho
infantil é crime. É importante que todos saibam que a criança precisa ficar na
escola. Vamos dizer não ao trabalho infantil! “, destacou Júlio Fernando Tomé
Galdino
” Foi uma
experiência incrível e ao mesmo tempo desafiadora, pois ao ser narradora, eu me conectei com a plateia, senti o quanto a
plateia entendeu e participou. O teatro foi uma forma interessante de aprender.
Eu fiquei bastante nervosa quando me disseram que eu iria ser a narradora, pois
eu nunca tinha participado de um teatro”, argumentou Pyettra Firmino dos Santos.
“O tema foi trabalho infantil. Nós montamos
juntos com a professora a peça. Foi muito desafiador e de grande
responsabilidade, pois exigiu muito estudo e discussão sobre o ECA na sala de
aula. Foi divertido criar os personagens e perceber que a plateia entendeu a
nossa mensagem. Acredito que para quem assistiu, conseguimos passar a mensagem
que gostaríamos: criança precisa ir para escola, assim seu futuro será mais
garantido, com melhores oportunidades. Muitos pais acabam permitindo trabalho
infantil, fazendo com que seus filhos comprometam o futuro. Na verdade, o
futuro que todos precisamos ter, é uma geração de crianças estudiosas e felizes”,
pontuou a estudante Bárbara Silva Matias;
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